Bem vindos queridos leitores!
Tanto demorei para começar esse blog, que acho justo começar com uma poesia antiga, no tempo das turbulências emancipadas:
Um pigar de gotas
E cada vez um som
Notam-se frágeis os acordes expectivamente eloquentes
Cada pensamento pinga e forma ondas proporcionalmente indiferentes as sensações
Dos medos, tomo-me inteira
E como sempre trago à tona frustrações
Não quero-me forte como pintavam-me na pintura
Muito menos incompacta, sei lá
Quero ver-me novamente no espelho d'alma
Refletir os rabiscos tortuosos que expressam
Calar as vozes dispensáveis
E ouvir as ondas que cortam
Porque já cansei de gritar no vazio
Já se foram os olvidos
Quero ouvir-me
Pra ouvir-te
Pra talvez calar-te
Ser sincera com o que nasce, expor
Mas sinto-me falando outra língua
Temo as frases vomito garganta a fora
As vezes engulo,
É como regugitar o intragável.
E desses tons agudos e irritantes que pingam agora
Encontro a falta, tolida
Quero falar do universo que explode
Mas seus olhos fincaram-se nos jogos inventados de trivialidades
E a garganta secou, consequência das repulsas
Essa sensação de ser única
Impermanentemente Eu
Diferente de todas as outras coisas existentes
Cheia de impecílios pra lidar com iguais
É sensação cruel de solidão em si mesma
E de potência desbravadora de ser
É notar-se mínima,
Completamente dispensável pro funcionamento do macro organismo, passageira
E capaz de agir sobre a realidade ireal que se vive
É vêr-se nada, prepotente de dúvidas e verdades absolutas
Mutando a cada dia, nos ciclos que seguem correndo
Devindo de ar em ar, de momento em momento
Nas poeiras micro, e nos micro que compõe as poeiras e nos compõe e cruzam-se, mudam-se, renovam, criam... Assim minimamente única.
Rafaela Ferreira/2008
Oi Rafa, como estão as coisas?
ResponderExcluirAdorei a idéia de saber que você fez um blogger, está no começo e já está de parabéns.
Quando puder passa lá no meu blogger também?
Beijocas e sucesso.