sábado, 18 de dezembro de 2010

A despedida é o fruto invisível da mudança
Me deparo com ela agora
Desato os laços
Sem paradeiro referente
Com alguns sonhos novos na bagagem
Despeço-me dia-a-dia
Na certeza da bonança vindoura
Vou na direção exata
Vou no vento e trago a busca como vontade
Vem a novidade
E mesmo sem conhecê-la a amo!
Faltam peças ainda pra montar a foto nova da casa
Cada dia surge uma sorrateira e reluzente

Amanhã vou à praia, anuncio.
Mas não sei se o sol irá também
Há tanto pra se ver e conhecer que duvido de sua ausência.

O corpo ainda pena as próprias chagas
É preciso uma mudança no pensamento, no físico
A matéria necessita reformular-se, diminuir-se
Tornar-se compacta e transportável
Quero ser portátil. Me porta?

Descubro um outro vir
Venho a ti e a mim mesma
Reescrevo contigo e tudo faz mais sentido
Seja feita a vossa vontade
Seja honrada a inspiração
Procrio seus meios
Copio novas e deconhecidas criações
Copio a mim mesma num reflexo contemporâneo de encaixe

Sonho com o outro, com o novo
Encontro pedaços, são muitas peças, é infinito
Agora aprendo e recebo
Abro as pernas e gozo o mundo

Dou passos, esses fazem carícias
Caminho ao teu lado, errado
Caminho no teu caminho
No caminho da vida eterna de satisfação

A falta nos move, me falta ar
Respiro e me encho da tua presença
Possuo pois posso!
E materializo sua prosperidade
Rasgo o medo ao meu
E detono meu gatilho
Sorrio ao novo
E o infinito me sorri uma estrela inevitável.



Rafaela Ferreira - Novembro/2010 

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